Herminia Helena Silva Lehrer

Habitamos a porção chamada biosfera da grande casa chamada Terra. Nela, os seres vivos fazem trocas entre si e com o ambiente que os cerca.
Cada ser vivo é um sistema de extrema complexidade, em que cada parte – seja uma célula, um órgão ou... Leia mais um organismo inteiro – possui sua própria natureza material, química, energética e cognitiva. As diversas partes desse sistema interagem graças à circulação de energia e informação. Da integração dessas partes se manifesta o componente do organismo que caracteriza o ser humano – a mente. Esta interpretação do organismo como sendo integrado por partes que trabalham juntas para que o todo funcione eficientemente constitui uma abordagem sistêmica, também conhecida como holística.
Um estado de saúde pleno é atingido quando o fluxo de energia e informações ocorre sem bloqueios, com as partes do organismo atuando de forma integrada, isto é, sinergética, e visando à otimização da atividade de todo o sistema. Trata-se de aplicar à biologia o velho ditado: “Um por todos e todos por um”. Neste sentido, entende-se que quando há interferências na circulação de energia e informações no organismo, ocorrem doenças, que, entre outros fatores, dependem da localização, da quantidade e da intensidade dos bloqueios.
Infelizmente, a população ainda vê o dentista como um profissional cuja área de ação se restringe aos dentes. Entretanto, o cirurgião-dentista trata do sistema estomatognático, o conjunto formado por boca e maxilares também conhecido como sistema orofacial. Registre-se que no sistema estomatognático estão portas de entrada de funções fundamentais para a vida, como a alimentação e a respiração. Além disso, é com a fala e/ou com a expressão facial que exprimimos nossos pensamentos e sentimentos, o que está na base das relações sociais.
Por causa das inter-relações entre os sistemas, várias doenças se manifestam na boca e, de forma recíproca, problemas odontológicos podem ter repercussão geral. Sinais e sintomas da sífilis, por exemplo, se apresentam na boca, assim como inflamações no coração (endocardites bacterianas) podem decorrer de infecções dentárias.
A sinergética entende, portanto, que deve haver a união de várias especialidades, buscando maior eficácia através de sua ação conjunta. Assim, a Sinergética Oral expressa uma nova visão da Odontologia, que tem como objetivo principal juntar os recursos das especialidades odontológicas aos de outros ramos do conhecimento, como a Terapia Craniossacral, a Acupuntura e a Fonoaudiologia, em busca da saúde plena.
Constatada a influência do sistema orofacial em sua etiologia, a Sinergética Oral é indicada, entre outros, para os seguintes problemas:
1. Qualquer tipo de disgnatia (maloclusão dos dentes) com seus componentes respiratórios, posturais e miofuncionais orais;
2. Distúrbios da articulação temporomandibular (ATM);
3. Cefaleias;
4. Problemas inflamatórios, em que se precisa estimular o sistema imunológico, como periodontites, em que os fatores locais estejam controlados, por exemplo.