Hiperplasia Gengival Medicamentosa (Hgm) Exuberante

  Caso clínico, 21 de Mar de 2011

Resumo

Paciente feminina, 60 anos, melanoderma, diabética e hipertensa, apresentou-se no PS se queixando de gengivas inflamadas e "crescendo" (sic)

Ao exame clínico, percebi má higiene bucal, presença de tártaros, crescimento gengival exuberante difuso, cor variando entre normal e hiperemiada, cobrindo parcialmente alguns dentes que se apresentavam com mobilidade e desviados de sua posição inicial. A hiperplasia é mais evidente nas faces vestibulares dos dentes e nos espaços interdentais.

A paciente é portadora de PPR superior e disse que, devido às gengivas terem "crescido" ficou impossibilitada de continuar usando a PPR inferior.

A paciente foi orientada sobre higiene bucal e encaminhada para o serviço da Faculdade de Odontologia (UNIFAL) para avaliação, tratamento e biópsia.

A hiperplasia gengival medicamentosa (HGM) (ou hiperplasia gengival secundária ao uso de drogas) foi descrita pela primeira vez no início dos anos sessenta e, por estar presente em crianças com epilepsia que recebiam fenitoína ou dilantina, foi, durante muito tempo, chamada de hiperplasia gengival dilantínica.

Nos anos oitenta percebeu-se que a ciclosporina, utilizada em transplantes de órgãos e em pacientes com psoríase, desde 1984, e numerosos bloqueadores de canal de cálcio, usados no tratamento da hipertensão, apresentavam quadro clínico semelhante, principalmente a nifedipina, empregada desde 1978. Esta última, associada à ciclosporina em pacientes transplantados renais e hipertensos, mostrou ter um efeito cumulativo na produção de HGM.

Após isso, a hiperplasia gengival dilantínica, a primeira descrita, passou a ser apenas uma das HGM.

A fibrose causada pela ciclosporina não se limita à gengiva, mas, também, afeta os tecidos renais, pulmonar e retroperitoneal, sendo importante identificar os pacientes de risco para instituir-se estratégias preventivas.

O crescimento pode ser minimizado, uma vez controlados os fatores irritantes locais. Isto tem sido demonstrado perfeitamente na HGM provocada por bloqueadores de canais de cálcio.

Fotos do caso

Conclusão

A HGM pode ser um dos efeitos colaterais do uso de alguns medicamentos, entre os quais a fenitoína. Não se podendo prever quando ele ocorrerá ou não, o paciente será beneficiado se houver um trabalho interprofissional onde o médico se associa ao cirurgião-dentista. Este último evitando a presença de fatores irritativos intrabucais e educando e acompanhando o paciente pode minimizar ou evitar a incidência da HGM.

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Autora

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Dra. Alda Oliveira

Cirurgiã-Dentista

 Areado, MG

ENDODONTISTA
Clínica Geral para crianças, adultos e idosos; Dentística Estética; Cirurgia; Próteses; Ortodontia e OFM.

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