Formas de Abordagem Odontologica Não Medicamentosa para Controle da Ansiedade em Pacientes com Síndrome de Down

  Artigo, 17 de Mar de 2012

Para uma correta abordagem e manejo do paciente com síndrome de Down é fundamental que o profissional faça um correto diagnóstico do estado emocional em que este se encontra. As abordagens para o medo e ansiedade são distintas, sendo que, quando estivermos diante de um paciente ansioso, devemos adaptá-los ao ambiente odontológico, acompanhando seu processo de adaptação individual. Uma boa técnica para reduzir a ansiedade é a modelagem. Neste procedimento o indivíduo observa a ação de um modelo e o reforço que segue as ações deste. Uma das técnicas mais utilizadas é “falar, mostrar e fazer”, que consiste em apresentar alguns elementos do consultório odontológico ao paciente, oferecendo explicações, numa linguagem simples. O objetivo desta técnica é lidar com o medo frente a situações desconhecidas, ensinando-lhes aspectos importantes do tratamento odontológico e modelando suas respostas por meios da dessensibilização. A técnica do falar, mostrar, fazer demonstra ao paciente o procedimento realizado. Esta técnica ajuda a tranquilizar o paciente, mostrando-lhe como o procedimento será feito. Correa (2007) cita ainda a estratégia do reforço positivo, que consiste em gratificar o paciente quando ele apresenta uma atitude ou comportamento desejado, motivando assim sua repetição. A distração também é utilizada como dessensibilização, atraindo a atenção do paciente do que pode ser considerado como desagradável para algo que o paciente goste ou conheça.

Andréa Neiva da Silva da Fundação Oswaldo Cruz, aborda a ART (técnicas de restaurações atraumáticas) como uma excelente técnica de controle da ansiedade, que consiste na remoção do tecido cariado com instrumentos cortantes manuais, como a cureta, combinada com a restauração da cavidade com materiais adesivos, que por consequência positiva fornece a liberação de flúor.

Frencken (1994), definiu as restaurações atraumáticas como sendo feita sem uso de instrumentos rotatórios, sem anestesia, deixando as camadas mais profundas do tecido cariado sob material restaurador. A técnica ainda proporciona a redução da infecção da cavidade bucal, ocasionada pelo Streptococcus mutans, podendo promover a remineralização da dentina afetada

Bussadori (1999), associa as ART a um gel a base de papaína, chamado de papacárie, que dissolve a dentina cariada facilitando sua remoção.

A remoção químico-mecânica da cárie dentária, introduzida há três décadas, foi uma alternativa não-invasiva para a remoção da dentina cariada. Esse processo de remoção tem se constituído em um atrativo extremo, principalmente para os pacientes, passando uma idéia da remoção da cárie, com pouquíssima ou nenhuma dor, sem anestesia, sem instrumentos rotatórios e sem ruídos (CEDERLUND et al., 1999; MARAGAKIS et al., 2001 ).

De acordo com Rosenblatt (1999), os pacientes chamados especiais como os portadores de síndrome de Dow ou outros, seriam indicações médicas para o uso das restaurações atraumáticas. Em muitos desses casos poderiam até eliminar a indicação de anestesia para o atendimento, diminuindo a ansiedade durante o tratamento odontológico.

Para Haddad um aspecto importante na abordagem do paciente portador de síndrome de Down é a parte psicológica que envolve a família. E observou que estresse gerado nesses pacientes dificulta a procura pelo atendimento.Cada paciente apresenta uma série de desafios para o cirurgião dentista, mais isto é uma constante no nosso presente contexto cultural, cabe a nós sabermos superá-los, sendo, na maioria das vezes, uma experiência gratificante

De acordo com Oliveira (2008), o atendimento do profissional de saúde não deve ser restrito à assistência curativa e precisa dimensionar os fatores de risco à saúde e, por conseguinte, executar ações preventivas.

Várias foram as técnicas e metodologias descritas para facilitar a abordagem do paciente sindrômico, e criar um vínculo positivo baseado numa relação de confiança entre este e o profissional. Ao utilizá-las pode-se dissipar ansiedades e medo que podem estar presentes no paciente, reformular experiências odontológicas passadas desagradáveis e associações negativas, e assim desmistificar o tratamento odontológico e apresentá-lo de maneira positiva (CORREA, 2007).

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Autora

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Cristhiane Amaral

Odontopediatra e Opne

 Presidente Prudente, SP

Professora da Universidade do oeste Paulista - Unoeste

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