Avaliação das Doenças Bucais em Gestantes

  Artigo, 17 de Mar de 2012

1. Introdução e revisão de literatura:

As doenças bucais podem ser enfermidades infecciosas crônicas ou agudas, podem ser patológicas ou ainda fisiológicas, a gravidez ou gestação é um período no qual ocorre uma seqüência de eventos desde a fecundação do óvulo até a formação completa do feto. Nesta fase, há uma maior quantidade de hormônios na corrente sanguínea, o que traz modificações no funcionamento do organismo como um todo, inclusive alterando o equilíbrio da boca. (Araújo, 2004).

O fator etiológico primário da gengivite é a placa bacteriana, entretanto, observa-se que a inflamação gengival e a hiperplasia são freqüentes na puberdade, gestação e no ciclo menstrual, devido ao aumento da concentração de hormônios femininos na circulação. Sabe-se, por exemplo, que a progesterona tem um significante impacto sobre o sistema vascular gengival, provocando maior exsudação e afetando a integridade das células endoteliais. Durante a gestação, o aumento nos níveis de estrógeno e de progesterona na circulação ocorre a partir do segundo mês de gestação e coincide com o inicio da inflamação gengival aumentada nos casos onde há a presença de placa. Os níveis hormonais atingem seu pico no oitavo mês de gestação, podendo influenciar na severidade da gengivite instalada. Após o oitavo mês, as taxas hormonais diminuem significativamente, reduzindo também a severidade dos processos inflamatórios gengivais.(Santos,2002)Doenças como cárie dentária e problemas periodontais têm grande incidência no Brasil, ocasionando além da perda de dentes, um desequilíbrio do sistema estomatognático, comprometendo assim a mastigação, deglutição e fala. A perda de um dente pode trazer desarmonias no sistema estomatognático e na estética facial, podendo levar pacientes a alterações no quadro psicológico, já que a estética é tão valorizada ultimamente, demonstrando a necessidade de medidas preventivas e educativas para a promoção de saúde bucal.(Nunes,2004) O sucesso de se ter crianças livres de doenças bucais irá depender do momento de iniciação da educação, e da promoção de saúde bucal com acompanhamento odontológico da gestante durante toda gravidez.(Oliveira,2003) Esse acompanhamento tem como objetivo orientar a mãe em relação a vários aspectos como: principais problemas bucais, dieta, higiene bucal, fases do desenvolvimento dos dentes do bebê na gestação, desenvolvimento do paladar do futuro bebê, como ter uma gestação tranqüila do ponto de vista odontológico, orientações bucais em relação ao futuro bebê, preparo do seio para a amamentação e hábitos do futuro bebê como: chupeta, mamadeira, chupar dedo, etc. (Konishi, 1995).

Montandon et al.( 2001) realizaram um estudo na qual constatou-se que a doença bucal de maior prevalência no grupo de gestantes estudados foi a cárie, sendo que 52,4% alegaram ter notado novas lesões de cárie durante o período de gravidez, em segundo lugar a doença periodontal, em outro estudo com 116 gestantes de classe média e alta foi revelado que 88% das gestantes desconheciam sobre a transmissão da cárie da mãe para filho (Oliveira et al, 1999).

A atual filosofia do modelo de promoção de saúde, preconiza ampla cobertura, principalmente com medidas preventivas e educativas, agindo o mais precocemente possível sobre lesões, evoluindo da Odontologia Restauradora Tradicional para a Preventiva (Peres et al., 2001).

Os ensinamentos de Promoção em Saúde Bucal, embora conhecidos a bastante tempo vem se solidificando e sendo comprovados nos meios odontológicos. Há evidências clínicas de que o tratamento restaurador conduzido por pessoal altamente qualificado e apoiado em sofisticada tecnologia não é capaz de impedir o processo das doenças bucais. Sabe-se hoje, que a próxima geração poderá crescer e manter todos os seus dentes durante a vida, livres de cárie e doença periodontal, pois a odontologia tem ampliado sua prática deixando para trás o paradigma clínico restaurador predominante durante décadas.(Silva,2003)

Os resultados auxiliaram no conhecimento do perfil desse grupo de pacientes, evidenciando o predomínio de procedimentos odontológicos curativos. Apesar das gestantes demonstrarem conhecimentos básicos e práticas satisfatórias de saúde bucal, a experiência de cárie moderada direciona a necessidade de uma abordagem mais efetiva, com ênfase à prevenção, para a promoção da saúde da mulher nesta fase.

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Autora

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Cristhiane Amaral

Odontopediatra e Opne

 Presidente Prudente, SP

Professora da Universidade do oeste Paulista - Unoeste

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