Mulheres Estressadas Sofrem mais de Dtm, Disfunção Temporo Mandibular

compressas e Relaxamento Muscular Podem Ajudar No Controle da Ansiedade.

Artigo para o protal Plena Mulher

Culpa e frustração são alguns dos sentimentos das mães trabalhadoras. Por uma questão de necessidade, a crise econômica da década de 80 no Brasil trouxe, definitivamente, as mulheres para o mercado de trabalho. A realização profissional as seduziu tanto, que a constituição “família” teve que ser repensada em prol dos direitos feministas. O planejamento sobre filhos passou a valer e com o passar dos anos até os dias de hoje conseguimos enxergar um aumento significativo de mulheres que planejam a gravidez após a conquista da vitória profissional. Mas será que vale a pena deixar de ser mãe ou prorrogar este planejamento para depois?

Muitas mulheres reclamam de não conseguir administrar a vida pessoal, sentimental e profissional, isto porque elas realmente acumulam muitas tarefas atualmente. Cuidar da casa, do trabalho, dos filhos, dos pais, do marido, do namorado, enfim, dá muito trabalho. É difícil se dedicar 100% em todos os aspectos. Com isso observamos que o número de mulheres estressadas aumentou bastante. “Não conseguem delegar tarefas, dizer não, impor limites, estas são algumas características de quem sofre DTM, Disfunção Temporo Mandibular”, confirma Dr. Milton Raposo Jr, especialista em Estética Dental e Reabilitação Oral. De acordo com estudos, homens e mulheres são vítimas da DTM, porém 92,5% dos que buscam tratamento são mulheres na faixa etária de 15 a 45 anos.

Embora a diferença em prevalência de DTM entre os gêneros não seja ainda bem entendida, algumas teorias têm tentado explicar por que as mulheres parecem ser mais afetadas do que os homens; acredita-se que elas não são tão aptas a lidar com suas pressões, o que resultaria num número maior de desordens funcionais. “A alta incidência entre elas é devido a estarem mais expostas ao estresse emocional, as mudanças hormonais, sejam durante o ciclo menstrual ou na gravidez e também as frequentes mudanças anatômicas”, diz Raposo. “Os estudos mais recentes foram realizados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Brazilian Journal of Otorhinolaryngology e apontaram a reincidência em mulheres, porém, como os sintomas podem estar relacionados a outras doenças, como por exemplo, psicológico e reumatológico o dentista acaba sendo o último profissional a ser procurado”, conclui o especialista.

A DTM, Disfunção Temporo Mandibular causa sofrimento a milhões de pessoas ao redor do mundo, diminuindo a qualidade de vida e restringindo o convívio social. Segundo estudos recentes, a incidência mundial de DTM é de 3% da população ao ano. Apesar de ser uma incidência baixa, a duração da doença é longa, fazendo com que haja um grande número de pacientes. 

O que é DTM?

Disfunção Temporo Mandibular é a alteração na articulação e no músculo que liga o maxilar à mandíbula, sendo este um dos órgãos mais complexo do corpo.

Quais são as consequências de uma disfunção?

Danos ao dente, periodonto (gengiva e tecido ósseo ao redor do elemento dentário), articulação temporo mandibular (ATM) e principalmente sistema neuromuscular, bem como perturbações funcionais na mastigação e deglutição.

Quais são as características dessas mulheres?

No aspecto psicológico observamos algumas características em comum, como: dificuldade em dizer não, delegar tarefas aos outros, dedicar pouco tempo para si, ter algum hobby, impor limites aos outros, não se sobrecarregar, etc.

Quais os principais sintomas?

• Dores de cabeça (frequentemente parecidas com enxaquecas);

• Dor de ouvido ou ao redor, dor e pressão atrás dos olhos;

• Um “clique” ou sensação de desencaixe ao abrir ou fechar a boca;

• Dor ao bocejar, ao abrir muito a boca ou ao mastigar;

• Mandíbulas que “ficam presas”, travam ou saem do lugar;

• Fadiga (cansaço) nos músculos da mastigação;

• Uma brusca mudança no modo em que os dentes superiores e inferiores se encaixam;

• Bruxismo (ranger dos dentes);

• Alguns tipos de zumbido;

• Cervicalgia referindo dor para a face.

O que causa a DTM?

A disfunção está relacionada a hábitos e problemas do nosso cotidiano. “Bruxismo, mascar chicletes, morder gelo, mastigação e postura incorreta, estresse, depressão, ansiedade e até mesmo a forma de prender no queixo o telefone pode causar a doença.”

Como diagnosticar a DTM?

A DTM pode ser diagnosticada de acordo com os sintomas e por meio de “teses” de movimento da mandíbula, apalpando as articulações da face e da cabeça. Outra forma de descobrir se sofre com o mal é fazer exames dentários específicos orientados pelo dentista, entre eles: radiografias, tomografia linear ou computadorizada, ressonância magnética e outros.

Como tratar a DTM?

Há várias formas de tratar a DTM a mais comum é reduzir os efeitos prejudiciais, de travamento ou rangido, por meio de um aparelho. Por outro lado, quando partes da mandíbula são afetadas e os tratamentos não surtem, uma cirurgia na articulação é recomendada. É indicado também terapias caseiras, exercícios, compressas, relaxamento muscular, controle da ansiedade e depressão. Na maioria dos casos é necessária a interação de uma equipe multidisciplinar para o melhor entendimento e condutas específicas nas áreas de: neurologia, psicologia, reumatologia, otorrinolaringologia, endocrinologia e fisioterapia.