Displasia Cemento-Óssea Florida: Relado de Caso Clínico

Resumo

Paciente do gênero feminino, 49 anos, melanoderma, hipertensa, queixou-se do surgimento de um "caroço" na boca de crescimento lento e assintomático.

Ao exame físico intra-bucal observou-se expansão de cortical óssea interna em região anterior de mandíbula e posterior de maxila, sem alteração de coloração da mucosa adjacente.

O exame de imagem revelou áreas radiopacas intra-ósseas multilobuladas e multiloculadas de limites mal definidos, com halo radiolúcido circundante às lesões, e, também, associada à raiz da unidade 3.6, uma lesão radiolúcida oval, com limites escleróticos.

Suspeita diagnóstica: Displasia Cemento-Óssea Florida.

A cirurgia de biópsia incisional foi indicada para ratificar o diagnóstico.

No trans-operatório, após o descolamento da mucosa inserida, foi removido o tecido ósseo aparentemente sadio superficial expondo um osso atípico de coloração amarelada, forma irregular e consistência dura. A sutura interrompida simples foi feita com fio de nylon 4-0.

O laudo anatomopatológico confirmou o diagnóstico de DCOF: As secções histológicas exibem fragmentos de tecido ósseo entremeado por tecido conjuntivo. Em áreas focais, deposição de material calcificado de aspecto cementóide.

Passado um ano da primeira cirurgia, a paciente retornou à clinica com queixa de maior expansão da cortical ântero-inferior por lingual, causando dor leve, dificuldade de fala e estética desagradável. Por tanto, foi indicado um segundo tempo cirúrgico para osteoplastia desta região por motivos estéticos e funcionais.

O laudo histológico confimou o diagnóstico anterior: As secções histológicas exibem fragmento de tecido ósseo trabecular espesso com estrutura curvilínea, entremeado por tecido conjuntivo fibroso e partículas semelhantes ao cemento.

A paciente continua sendo acompanhada para controle clínico e imaginológico.